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sábado, 18 de julho de 2015

Empresários de ônibus vão a Brasília tentar derrubar reajuste dos rodoviários


Como esperado, ação e reação. Os empresários de ônibus não vão perder tempo. Na próxima semana estarão recorrendo do reajuste salarial de 12% e do aumento de 59,7% do tíquete-refeição concedido aos motoristas, cobradores e fiscais da Região Metropolitana do Recife pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT–PE), ao julgar o dissídio coletivo da categoria. Provavelmente na quarta-feira – depois que o acórdão da decisão for publicado no Diário Oficial da Justiça –, o Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco) dará entrada num recurso no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília, com pedido de liminar, ou seja, de urgência. A estratégia adotada é a mesma do ano passado, quando o setor empresarial recorreu à Brasília e reduziu as conquistas da categoria.
O aviso foi dado pelo presidente do Urbana-PE, Fernando Bandeira, nesta quinta-feira (17/7), primeiro dia após o fim da greve dos rodoviários, que durou dois dias. “Esse reajuste, principalmente o do tíquete-refeição, é um absurdo. O momento pelo qual passa o País, com uma crise em todos os setores, é muito pior do que no ano passado. Como alguém pode dar um aumento de 59,7%? Por isso vamos apostar na mesma estratégia. Naquela época o TST reviu a decisão do TRT e acreditamos que acontecerá o mesmo este ano. O TST é um órgão normativo da Justiça do Trabalho no Brasil. Manter um reajuste nesse percentual abre precedentes. Imagine outras categorias reivindicando o mesmo?”, argumentou Fernando Bandeira.
É um impacto muito alto. O correto seria o TRT ter dado apenas a reposição da inflação. É tanto que foi aprovado pela margem de apenas um voto”
Fernando Bandeira, do Urbana-PE


O reajuste de 12% no salário também será questionado. “Nós chegamos à proposta de 9,5% porque é o que podíamos oferecer. O percentual de 12% não incomodou tanto quanto o do tíquete, mas também será questionado na mesma ação”, disse. Pelos cálculos do empresário, o impacto real do reajuste do tíquete-refeição será de 16% para cada empresa. “Os rodoviários representam 45% dos nossos custos. É um impacto muito alto. O correto seria o TRT ter dado apenas a reposição da inflação. É tanto que foi aprovado pela margem de apenas um voto”, argumentou. Os empresários pretendem solicitar uma decisão liminar até que o recurso seja julgado pelo TST, o que deverá acontecer 15 dias depois de ser dado entrada no tribunal.
Já esperávamos que o setor empresarial fosse recorrer. Mas avisamos: iremos recorrer também”,
Benilson Custódio, dos Rodoviários




Foto: Diego Nigro/JC Imagem
Foto: Diego Nigro/JC Imagem


HISTÓRICO
Em 2014, o TRT-PE concedeu reajuste salarial de 10% e de 75% para o vale-refeição. Os empresários recorreram e o TST derrubou a decisão do TRT-PE, estabelecendo aumento uniforme de 10% para todas as cláusulas econômicas, inclusive o vale-alimentação. Na época, a categoria dos rodoviários ficou frustrada. A frustração era tanta que foi usada pelo sindicato como principal estimulante para o movimento deste ano. E, quarta-feira, quando o dissídio foi julgado no TRT–PE e os percentuais anunciados, nem mesmo os rodoviários acreditaram. “Estamos satisfeitíssimos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Benílson Custódio. Ele comentou a estratégia do Urbana–PE. “Já esperávamos que o setor empresarial fosse recorrer. Mas não vamos trabalhar com hipóteses, vamos esperar os resultados. E avisamos: iremos recorrer também”, afirmou.

Fonte: blog de olho no Trânsito
Roberta Soares.