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domingo, 16 de setembro de 2018

BRT OU PUXADINHO AQUI EM PERNAMBUCO

BRT tem velocidade abaixo da prevista pelo governo

Estudo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) apresenta a falta de faixa exclusiva e o número elevado de semáforos como os grandes inimigos do BRT

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Um estudo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) aponta que o sistema Bus Rapid Transit (BRT) no Grande Recife opera abaixo da velocidade projetada pelo governo e da recomendada por especialistas. Os principais problemas enfrentados pelo sistema Via Livre são o tráfego misto e o elevado número de semáforos ao longo do trajeto.
A linha usada como objeto no estudo foi a 1976 – Pelópidas (PCR), que possui a maior demanda no corredor Norte-Sul e, consequentemente, maior frequência de viagens. Ela tem como ponto inicial o Terminal Integrado (TI) Pelópidas Silveira, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), e ponto de retorno na estação Forte do Brum, no Recife Antigo, área central da capital.






O percurso da linha 1976 -  Pelópidas (PCR), com extensão de 17,2 km, foi dividido em quatro trechos de acordo com a interferência do tráfego misto e a configuração da infraestrutura viária. A conclusão foi de que o BRT funciona bem em seu começo de trajeto, nos dois primeiros trechos, quando há uma separação física da via exclusiva para o trânsito comum, e trafega com lentidão no centro do Recife.
O BRT Standard é um sistema de pontuação que considera ideal a velocidade acima de 20 km/h para BRT. A linha 1976 registra velocidade média de 23,44 km/h no primeiro trecho, que liga os terminais de Pelópidas Silveira ao da PE-15; 21,19 km/h no trecho do TI PE-15 até estação Mathias de Albuquerque, em Olinda; 16,84 km/h no percurso que passa pela Pan Nordestina, Avenida Agamenon Magalhães e Avenida Cruz Cabugá; e 13,65 km/h da estação Treze de Maio até a estação Forte do Brum, no Recife Antigo. A velocidade média total é de 18,78 km/h, abaixo do considerado mínimo para um BRT eficiente.
Não só o modelo está abaixo no sistema de pontuação como a diferença é maior quando considerado o projeto do Governo de Pernambuco. O cálculo no projeto inicial era de que em todo o percurso a velocidade operacional seria superior a 20 km/h, alcançando uma média de 26,32 km/h no trajeto inicial. A média total do percurso prevista pelo governo era de 23,32 km/h.
“Um BRT bem implementado melhora o sistema e atrai uma porcentagem das pessoas que usam carro. Ele deveria ter o caminho todo exclusivo. A questão é justamente a coragem do poder público de dar prioridade ao sistema de transporte público. Tem espaço, falta coragem”, explica o engenheiro civil Celio Gouveia, autor da pesquisa.
O corredor Leste-Oeste, que vai de Camaragibe à Avenida Guararapes, no Recife, não foi avaliado por Célio. Porém, uma pesquisa do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) já aponta que nos horários de pico a velocidade operacional desse corredor é de 10% a 30% menor do que a do corredor Norte-Sul. Tal estudo classifica os sistemas em quatro categorias: Básico, Bronze, Prata e Ouro. Enquanto o Norte-Sul é catalogado como Bronze, o Leste-Oeste foi considerado Básico. “Isso acontece por causa de uma coisinha bem simples que muitos não se dão conta: o BRT Norte-Sul tem uma barreira física, não é tão fácil de invadir, já o Leste-Oeste tem só uma faixa pintada no chão”, esclarece Celio Gouveia.
Trechos
As duas divisões iniciais do percurso superam a meta de 20 km/h, o que colocaria o modelo pernambucano em uma alta classificação no sistema BRT Standard. O trecho A possui duas faixas de tráfego comum e uma faixa central em sentido duplo, segregada fisicamente das outras. O corredor tem 11 retornos e 12 pontos de travessia de pedestres sem semaforização. O trecho B, assim como o anterior, é segregado fisicamente em todo o percurso. Porém, contabiliza três semáforos no caminho.
A realidade muda a partir do trecho C. Nele, os ônibus do BRT passam a operar em tráfego misto. “O trecho dispõe de 17 semáforos, um número elevadíssimo considerando que o BRT é um sistema que necessita de prioridade nas interseções”, assinala o engenheiro civil. Por fim, a última parte do trajeto passa por vias estreitas, como Rua do Riachuelo e Avenida Dantas Barreto, além de passar por 12 semáforos.
Benefícios
A chegada desse novo modelo de transporte público, apesar de não funcionar como deveria, trouxe mudanças positivas para a mobilidade, é o que registrou o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) no ano de 2016.  No corredor Norte-Sul, 2% dos usuários ouvidos haviam deixado de usar carro. No Leste-Oeste, o percentual foi de 3%. A troca do carro pelo BRT representaria uma economia de 61% na emissão de gás carbônico.
Além disso, 80% dos usuários do Norte-Sul e 85% do Leste-Oeste entendem que o deslocamento diário melhorou com o BRT. O principal fator é a redução no tempo de viagem - de 15 minutos no Norte-Sul e 28% no Leste-Oeste.
O transporte também fez subir de 20% para 30% a cobertura de acesso a postos de trabalhos privados. Também foi de 15% para 31% a cobertura de acesso a hospitais e policlínicas, e de 14% a 29% a cobertura de acesso a instituições de ensino superior.
Promessas
Questionada sobre melhorias para o corredor Norte-Sul, a Secretaria de Cidades do Governo de Pernambuco destacou que grande parte do corredor funciona em faixa exclusiva. A pasta também pontuou que a estação de BRT próxima ao Centro de Convenções, em Olinda, que nunca foi concluída, tem previsão de finalização em 2019. Atualmente, está sendo realizado um levantamento das estações remanescentes e ajustes no projeto para haver a licitação.
Jorge Cosme/LeiaJáImagens

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

BRT DE PERNAMBUCO É AVALIADO E PARA O TIPO DE SERVIÇO ANTERIOR ELE HOJE É UMA BOA OPÇÃO MAS LONGE DO IDEAL DA SUA PROPOSTA

Segurança e lotação de BRTs no Grande Recife estão entre principais reclamações de passageiros, diz pesquisa

Levantamento feito pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) foi apresentado nesta segunda (4), no Recife. Apesar de reclamações, avaliação é de que serviço é melhor que o oferecido anteriormente.

Pesquisa do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) foi apresentada nesta segunda (4) (Foto: Thays Estarque/G1)
Pesquisa do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) foi apresentada nesta segunda (4) (Foto: Thays Estarque/G1)
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) mostra que, entre as principais reclamações dos passageiros do Sistema Via Livre BRT no Grande Recife, estão a segurança pública, a lotação dos veículos e o serviço ao fim de semana e à noite. Segundo os pesquisadores, ações simples como a garantia de um corredor exclusivo já resultariam numa melhor avaliação do serviço.
O Instituto, que apresentou os resultados do trabalho nesta segunda-feira (4), ouviu mais de mil usuários do BRT na Região Metropolitana do Recife. De acordo com a pesquisa, 63% dos passageiros entrevistados que utilizam o corredor Norte-Sul e 55% do Leste-Oeste avaliam que a lotação dos veículos continua da mesma forma ou pior do que era antes de 2014, quando o serviço de BRT começou a funcionar.
A situação também não apresentou melhora aos fins de semana e à noite, de acordo com 51% do passageiros do Norte-Sul e 35% do Leste-Oeste. Para 86% dos entrevistados da linha Norte-Sul e 55% do Leste-Oeste, a segurança pública está igual, pior ou muito pior do que antes.
Os dados apontam que, apesar das críticas, 78% dos usuários do corredor Norte-Sul e 84% do Leste-Oeste consideram que, no geral, o sistema melhorou em relação ao que era oferecido anteriormente.
Ônibus BRT passando na rodovia PE-15, em Olinda (Foto: Marina Meireles/G1)
Ônibus BRT passando na rodovia PE-15, em Olinda (Foto: Marina Meireles/G1)
O ITDP é uma entidade sem fins lucrativos que pretende promover um transporte sustentável no mundo. Fundado em 1985, o instituto ainda tem como preocupação a redução das emissões de carbono, as colisões de trânsito e a desigualdade social. No Brasil, ele está presente em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Sorocaba e Uberlândia.
Para o coordenador de Transportes Públicos, Gabriel Oliveira, o impacto de tais pontos poderia ser minimizado com soluções básicas e fáceis como garantir o corredor exclusivo para o BRT. “Qual a confiança que eu tenho no BRT se tenho invasão de faixa o tempo todo? Tem canaleta do Norte-Sul que tem moto entrando, que tem carro entrando. Às vezes, de uma forma até perigosa. Tem que ter uma fiscalização eletrônica, canaleta fechada. São questões simples de fazer”, pontuou.
Na prática, as medidas resultariam, por exemplo, numa melhor distribuição do tempo da frota e, por consequência, uma diminuição na lotação dos coletivos. “O número de veículos está adequado, mas, às vezes, você não consegue cumprir a demanda porque tem uma série de carros, de obstáculos, entrando na faixa que seria exclusiva dos BRTs”, completou.
A instalação de circuito interno e a presença de guardas municipais estão entre as medidas propostas pela pesquisa para reduzir a insegurança e a evasão de usuários que não pagam a passagem, mas utilizam o serviço.
Estação de BRT Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, no Recife (Foto: Reprodução/Google Street View)
Estação de BRT Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, no Recife (Foto: Reprodução/Google Street View)
egundo a coordenadora de Políticas Públicas, Letícia Bortolon, o objetivo da pesquisa foi analisar o impacto que o sistema de BRT teve na vida dos usuários. “O desenho da operação está dado, mas o transporte acaba encontrando coisas no dia a dia que impactam nesse serviço. Nós temos apenas 1,33% de vias prioritárias no sistema viário como um todo no Recife. Antes de chegar na capital, a velocidade média do BRT é de 20 quilômetros por hora. Quando entra no centro, ela passa para 4 quilômetros por hora”, destacou.
De acordo com os pesquisadores, os dados já foram apresentados para órgãos públicos, como o Grande Recife Consórcio de Transportes, a Autarquia de Trânsito e Transporte do Recife (CTTU), a Secretaria das Cidades e o Instituto Pelópidas Silveira.
“Demos as sugestões e muitas delas eles garantiram que já estavam cuidando. Entregamos para entidades da sociedade civil organizada para que, além dela se apropriar da pesquisa, também possa cobrar os órgãos públicos”, finalizou Gabriel Oliveira.

Respostas

De acordo com o diretor de Operações do Grande Recife Consórcio de Transporte, André Melibeu, o trabalho do ITDP foi feito em parceria com o órgão e, durante o período de pesquisa, o órgão não identificou a superlotação mencionada pelos passageiros. O aumento da frota, segundo ele, implicaria num aumento de tarifa para quem usa o transporte público.
"Em horários de pico, o limite aceitável é de seis passageiros por metro quadrado. O nível de conforto não é bom, o ideal é que todos os passageiros fossem sentados, mas esse número é específico para que não haja aumento de custos e, consequentemente, aumento da tarifa", explicou.
Ainda segundo Melibeu, houve um incremento no número de veículos que trafegam no corredor Leste/Oeste. "Através de fiscalizações presenciais, percebemos que havia necessidade de aumento da frota em quatro linhas e já fizemos esse acréscimo", contou.
FONTE: G1 PE