terça-feira, 27 de março de 2018

Redução de assentos para idosos na mira do MPPE

Usuários idosos reclamam que muitas vezes não  conseguem ter acesso aos ônibus pela porta de trás,
Usuários idosos reclamam que muitas vezes não conseguem ter acesso aos ônibus pela porta de trás,Foto: Rafael Furtado
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da promotora da Justiça Luciana Dantas, vai atuar no caso da redução de assentos prioritários para idosos nos transportes coletivos. A entidade afirmou que, apesar de ainda não haver denúncias protocoladas, está estudando os impactos da medida, alvo de críticas de passageiros. A diminuição dos assentos na dianteira dos veículos foi aprovada em reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM). O assunto foi trazido à tona pela Folha de Pernambuco, dia 21 de março, e tem repercutido também nas redes sociais.

O jornal está com uma enquete aberta em suas páginas do Facebook e Instagram para saber dos usuários do transporte coletivo o que eles acharam dessa medida. Até o fechamento desta edição, muitos consideravam a decisão do CSTM um “absurdo”. Outros diziam que, muitas vezes, quando todos os lugares da dianteira estão ocupados, os idosos são obrigados a apelar para a boa vontade e o bom senso das pessoas para tentar conseguir um lugar.


“Se os ônibus não estivessem sempre superlotados, se o trânsito fluísse de forma eficaz e houvesse uma quantidade/qualidade decente de ônibus, não iriam precisar de tanto “bom senso” assim”, respondeu, via Facebook, o internauta Hugo Costa. Reprovação também por parte de Wilson Cunha, que afirmou: “Um absurdo!”

Para quem não acompanhou a polêmica, o Grande Recife Consórcio de Transporte (GRCT) foi autorizado a diminuir os assentos amarelos - com até seis lugares. Agora, os ônibus passarão a ter de três a quatro cadeiras reservadas, localizadas na parte da frente dos ônibus. Mas, segundo as resoluções aprovadas no conselho, essa decisão, a princípio, não será aplicada a todos os veículos. As linhas e carros que serão modificados deverão ser indicados pelas próprias empresas.

O internauta Cochise Guimarães avalia que a falta de educação das pessoas que usam diariamente o transporte coletivo é outro agravante para a situação de desrespeito ao idoso. “Isso não era nem para existir, o problema é que os seres humanos não têm educação, são arrogantes e gananciosos e esquecem que, um dia, serão velhos e podem passar por isso”, respondeu, na publicação. O Grande Recife Consórcio também reforça que os assentos após a catacra serão os mesmos, e que já há uma norma que determina o embarque pela porta traseira, ou seja, se todas as cadeiras da frente estiverem ocupadas, o motorista é obrigado a embarcar o idosos pela porta de trás.

Para a internauta Vânia Silva, essa liberação também traz um risco maior para os idosos. “Veja a responsabilidade das empresas junto com os idosos. O problema é que os motoristas vão ter que ser mais atenciosos, pois é um risco muito grande na subida desses idosos. O motorista perde toda visibilidade na subida pela traseira, os idosos vão se arriscar mais”, ressaltou. No instragram da Folha de Pernambuco, 85% dos usuários disseram não concordar com as mudanças contra 15% das pessoas que concordam. 

Cadeirantes
O Grande Recife esclareceu que o acréscimo de mais um espaço para cadeirantes nos ônibus, também aprovada durante reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano, “não tem relação alguma com a redução de assentos na dianteira”. “Embora os dois assuntos tenham sido votados, o primeiro [vagas para cadeirantes] foi um pedido do conselheiro e usuário de cadeira de rodas, José Carlos Santos, juntamente com outros representantes do segmento, que foi aprovado por unanimidade. Já o segundo [redução de assentos] faz parte de um estudo realizado pela Urbana-PE”, disse o GRCT.

O novo layout já está em vigor em quatro empresas de ônibus que circulam no Grande Recife. Juntas, a Metropolitana, Globo, Pedrosa e Transcol somam 44 ônibus. Os veículos BRT já possuem dois espaços em 88 deles, desde 2014. Mais duas empresas deverão adicionar 150 veículos modificados à frota.

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